Impacto do comportamento humano e da temperatura ambiente na flexibilidade dos consumos domésticos
Numa primeira análise estudou-se o impacto da temperatura e do comportamento humano no consumo. A temperatura engloba a temperatura ambiente e a temperatura interna da habitação. No caso do comportamento humano, pode ser dividido em dois fatores: a curva de ocupação da habitação e a utilização de água quente. Deste estudo retirou-se as seguintes conclusões:
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A variação da temperatura interna da habitação produz um impacto desprezável no consumo base;
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Em relação à temperatura ambiente, uma variação de 1ºC leva a uma variação média de consumo de 24 kW, o que é pouco significativo. Por outro lado, uma variação de 5ºC resulta num impacto significativo, já que leva a uma variação média de consumo de 110 kW.
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A variação da curva de ocupação da habitação altera o máximo do consumo no perÃodo da manhã e o momento em que ocorre o aumento do consumo no final da tarde.
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A variação da utilização de água quente produz um impacto significativo tanto no perÃodo da manhã como no perÃodo da tarde. A variação da utilização de água quente, tal como a variação da ocupação são casos extremos pois implicam mudanças iguais de todos os consumidores.
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O impacto do comportamento humano engloba tanto a variação da ocupação como a variação da utilização da água quente. Este impacto é muito significativo, sendo que a diferença de consumo em relação ao caso base pode chegar aos 338.5 kW. No entanto, este cenário é muito pessimista pois considera uma mudança completa e igual dos padrões de consumo de todos os consumidores.
Impacto da temperatura e do comportamento humano no consumo
A seguinte tabela resume as conclusões da análise do impacto da temperatura ambiente e do comportamento humano na flexibilidade do consumo.
Impacto da temperatura ambiente e do comportamento humano na flexibilidade do consumo
Após terminada a análise do impacto do comportamento humano e da temperatura ambiente na flexibilidade dos consumo, retirou-se as seguintes conclusões:
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No caso do comportamento humano existem alguns perÃodos crÃticos. No entanto os cenários analisados são casos extremos.
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O fator mais importante a ter em conta é a temperatura ambiente. Uma previsão errada da temperatura pode levar a uma expectativa errada da flexibilidade disponÃvel na rede. Por outro lado, o cálculo da flexibilidade pelo simulador é rápido (nunca ultrapassando os 2 s), o que pode permitir ajustar rapidamente a previsão da flexibilidade disponÃvel na rede com a entrada de novos dados atualizados. Com uma correção rápida o operador conhece a flexibilidade disponÃvel para poder controlar as TCL sem afetar o conforto do consumidor e obter serviços de reserva.
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Para maximizar a flexibilidade disponÃvel, no cálculo da flexibilidade não devem existir restrições, ou seja a flexibilidade de um aparelho deve ser independente da ocupação da habitação.
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Para todos os fatores, a flexibilidade a desligar era a mais afetada pela variação das condições de utilização, pois a sua quantidade depende muito do consumo.
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Entre os aparelhos o que apresenta maior flexibilidade para fornecer serviços de reserva é o AC. Para os perÃodos em que ocorrem mais banhos o EWH não possui flexibilidade para modificar o consumo. Por outro lado, os frigorÃficos possuem bastante flexibilidade para modificar o seu consumo mas devido à sua baixa potência a sua capacidade para fornecer serviços de reserva fica limitada. O facto do AC ser o aparelho com maior capacidade para fornecer reserva explica o facto de a temperatura ambiente ser o fator com mais impacto na flexibilidade.
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Verificou-se também que para o AC ter uma boa flexibilidade o limite máximo e mÃnimo de temperatura imposto pelo utilizador deve ser no mÃnimo de 2ºC em relação ao \textit{set point}.
Pela análise dos resultados obtidos nesta dissertação verifica-se que o fornecimento de serviços de reserva por parte das cargas flexÃveis parece ser viável.